Marielle Franco in Maré:
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Video shown on 25.11.2018 in Berlin:
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Feministas Internacionalistas Contra a Ultradireita no Brasil e no Mundo
No dia 28 de outubro, com 55% dos votos válidos, o extremista de direita Jair Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil. Racista, misógino, homofóbico, classista e neoliberal, Bolsonaro tem um projeto de governo que afetará todas as minorias do país, principalmente as mulheres negras, indígenas, faveladas, da classe trabalhadora, do sertão, do campo e da floresta. “Mas o que nós, aqui na Alemanha, temos a ver com isso?”, você pode estar se perguntando.
Somos mulheres internacionalistas. Entendemos o agravamento das opressões contra as mulheres em um país como um problema para todas as mulheres do mundo. Para além da sororidade internacional entre mulheres de diferentes identidades e realidades, existem fatores específicos que talvez te interessem: várias empresas alemãs lucrarão com a consolidação do novo governo Brasil, com acordos comerciais que violam direitos humanos – especialmente as dos setores do agronegócio, da mineração/siderurgia e de armas. Três exemplos devem ser citados:
1) A Thyssenkrupp fechou acordo com a Marinha Brasileira e o Ministério da Defesa, para construção de navios de guerra. A empresa, que administrou por 12 anos o maior investimento privado fora da Alemanha (a Thyssenkrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico – a TKCSA), contribuiu enormemente com a poluição e violação de direitos humanos no Rio de Janeiro.
2) O Brasil se tornou o segundo mercado da Bayer, após sua fusão com duas gigantes do setor agropecuário (sementes e agroquímicos), a Monsanto e a Basf. Como o novo governo já deus sinais claros de que pretende mudar todas as legislações em relação ao meio-ambiente, agricultura familiar e proteção de terras indígenas, podemos imaginar a pressão que essas empresas alemãs farão para a concretização de tais mudanças (por ex.: o “Pacote do Veneno”) e os lucros que vai obter com essas as novas leis.
3) Foi uma arma da Heckler&Koch que matou a ativista dos direitos humanos e vereadora socialista Marielle Franco. Armas da Heckler&Koch foram usadas pela polícia, que matou 111 prisioneiros, no massacre do complexo penitenciário Carandiru, em São Paulo, em 1992. Segundo o relatório de exportação de armas do governo alemão, só nos primeiros 4 meses de 2017 foram concedidas 37 licenças de exportação, no valor de quase 11 milhões de euros. Ora, se uma das propostas do novo Governo é mudar o Estatuto do Desarmamento e facilitar a compra de armas pela população civil, podemos imaginar que empresas alemãs do ramo lucrarão bastante com isso.
Aos moldes de Trump e outros extremistas de direita, Bolsonaro se elegeu por meio de práticas intensas de desinformação da população nas redes sociais. Ele também contou com uma cobertura pouco questionadora da mídia tradicional, que criminalizou líderes de esquerda e movimentos sociais (vale lembrar que, no Brasil, apenas 5 famílias controlam 50% dos principais veículos de comunicação e que, embora não seja permitido por lei, ainda há muitos parlamentares que possuem canais de rádio e televisão, utilizando-se dos mesmos para ampliar seu poder político, assim como alguns dos aliados de Bolsonaro). Um homem como Bolsonaro na presidência é uma catástrofe para todas as mulheres, pois ele não apenas legitima como também incentiva a violência misógina, com sua linguagem e com sua política. O Brasil é o 5º país no ranking mundial de violência contra a mulher: são 12 vítimas de feminicídio por dia. São mais de 500 mil estupros e 400 assassinatos de pessoas LGBTQI+ por ano. Somado a isso, temos a polícia mais violenta do mundo. Territórios indígenas protegidos por lei e acampamentos quilombolas já estão sendo atacados e desapropriados, sendo as mulheres as mais vulneráveis destas ações. Isso tudo antes mesmo da posse do novo presidente.
Alemanha precisa dizer não a isso!
Ao mesmo tempo, são os variados movimentos feministas e de mulheres e LGBTQI+ quem mais ágil e organizadamente têm lutado por uma sociedade livre e menos desigual, numa luta que respeita diferenças e identidades. Foi uma grande coalizão de mulheres, organizadas no Brasil e no exterior, que ameaçou a eleição de Bolsonaro. Essas mulheres precisam receber todo o apoio e solidariedade de outras companheiras ao redor do mundo.
Se estes assuntos te interessam ou te comovem, você pode colaborar colocando pressão no seu parlamentar, ou juntando-se a grupos organizados que já atuem em temas como desarmamento, agroecologia feminista, feminismo internacionalista, anti-fascismo, anti-racismo, ou grupos contra a concentração de capital, da terra, da mídia e o avanço da extrema-direita. Todo apoio é bem-vindo e não diz respeito apenas às mulheres brasileiras. Diz respeito a todas nós!
Junte-se à luta!
Internationalist Feminists Against the Far-Right in Brazil and the World
On October 28th, with 55 percent of the votes, the right-wing extremist Jair Bolsonaro was elected president of Brazil. Racist, misogynist, homophobic, classist and neoliberal, Bolsonaro presents a government project that will affect all minorities in the country, especially women who are black, indigenous, from favelas, the working class, from rural and urban areas. “But what do we, here in Germany, have to do with it?”, you may wonder.
We are internationalist women. We believe that the escalating oppression against women in any country is a problem for all women in the world. Beyond international sorority among women of different identities and realities, there are specific factors that may be of your interest: a number of German companies could profit from the consolidation of the new Brazilian government, through trade agreements that violate human rights – especially those in agribusiness, mining and weapons industries. Three examples should be cited:
1) Thyssenkrupp signed an agreement with the Brazilian Navy and the Ministry of Defense for the construction of warships. The company, which managed for 12 years the largest private investment outside Germany (Thyssenkrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico – TKCSA), greatly contributed to the pollution and violation of human rights in Rio de Janeiro.
2) Brazil became Bayer’s second biggest market, after its merger with two giants of the agribusiness sector (seeds and agrochemicals), Monsanto and BASF. As the new Brazilian government has already showed its intention of changing the legislation regarding environment, small farming and protection of indigenous lands, we can imagine the pressure these German companies proceed to bring about regulations which benefit them (e.g., the “Poison Package”) and the profits they will get from these new laws.
3) It was a Heckler & Koch weapon that killed the socialist and human rights activist Marielle Franco, who was a Rio de Janeiro councilor. Heckler & Koch weapons were also used by the police which killed 111 prisoners in the 1992 Carandiru prison massacre in São Paulo. According to the German government’s Arms Export Report, only in the first 4 months of 2017 they established 37 export licenses with a total of up to 11 million euros. Considering that one of Bolsonaro’s proposals is to change the Disarmament Statute and facilitate the purchase of weapons by the civilians, we can imagine that German companies in this industry could greatly raise their profits.
In the same way as Trump and other far-right candidates, Bolsonaro was elected through intense practices of misinformation at social medias. He also had at his side a limited critical coverage from traditional media, which many times criminalized leftist leaders and social movements (it is worth remembering that in Brazil, only 5 families control 50% of the main communication vehicles and that, although not permitted, there are still many congressmen who own radio and television channels, using them to broaden their political power, as well as some of Bolsonaro’s allies).
A man like Bolsonaro in the presidency is a catastrophe for all women, as he does not only legitimize but also encourages misogynist violence, through language and politics. Brazil is the 5th country in the global rate of violence against women: there are 12 victims of femicide per day, besides more than 500,000 rapes and 400 murders of LGBTQI + people per year. In addition, Brazil has the most violent police in the world. Indigenous and quilombola territories protected by law have been already attacked and expropriated, with women being the most vulnerable in these actions. And just to remember, this is all happening before he takes office.
Germany needs to say NO to this!
At the same time, the manifold feminist, women’s and LGBTQI+ movements in Brazil were responsible for the most successful fight for a free and less uneven society, with respect to differences and identities. It was a big coalition of women organized in Brazil and abroad which threatened Bolsonaro’s election. These women need all the support and solidarity from women all over the world.
If those issues touch you, you can collaborate putting pressure onto congressmen, or together with other organized groups that already work the topics disarmament, feminist agroecology, internationalist feminism, antifascism, antiracism or against capital, land and media concentration and the rise of the far-right. This struggle concerns not only Brazilian women. It is about all of us!
Join our fight!
Internationalistische Feministinnen gegen die Ultrarechte in Brasilien und der Welt
Am 28. Oktober wurde der Rechtsextremist Jair Bolsonaro mit 55% der gültigen Stimmen zum Präsidenten Brasiliens gewählt. Rassistisch, frauenfeindlich, homophob, klassizistisch und neoliberal, Bolsonaro hat ein Regierungsprojekt vor, das alle Minderheiten des Landes beeinträchtigen wird, vor allem schwarze, indigene, der Arbeiterklasse zugehörige, in den Favelas, im Land und im Wald lebende Frauen. „Aber was haben wir hier Deutschland damit zu tun?“ mögen Sie sich fragen.
Wir sind internationalistische Frauen. Wir verstehen die Verschlimmerung der Unterdrückungen gegen Frauen in einem Land als ein Problem für alle Frauen der Welt. Neben der internationalen Schwesternschaft zwischen Frauen mit unterschiedlichen Identitäten und Realitäten gibt es auch spezifische Faktoren, die Sie interessieren könnten: Mehrere deutsche Unternehmen werden von der Konsolidierung der neuen brasilianischen Regierung profitieren, mit Handelsabkommen, die gegen die Menschenrechte verstoßen – insbesondere die Unternehmen des Agrobusiness-, Bergbau-, Stahl- und Rüstungssektors. Drei Beispiele sollen erwähnt werden:
1) ThyssenKrupp schloss mit der Marine und dem Verteidigungsministerium Brasiliens ein Abkommen für den Bau von Kriegsschiffen. Das Unternehmen, welches zwölf Jahre lang die größte deutsche private Auslandsinvestition führte (die ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico – a TKCSA), hat enorm zu der Verschmutzung und den Menschenrechtsverletzungen in Rio de Janeiro beigetragen.
2) Brasilien ist zum zweitgrößten Markt für Bayer geworden, nach der Fusion mit zwei Riesen des Agrarsektors (Samen und Agrochemikalien), nämlich Monsanto und BASF. Da die neue Regierung bereits klar signalisiert hat, dass sie beabsichtigt, alle Gesetze bezüglich Umwelt, Familienwirtschaft und den Schutz der indigenen Gebiete zu ändern, können wir uns den Druck vorstellen, den diese deutschen Unternehmen auf die Vollbringung solcher Veränderungen (z.B. das “Giftpaket”) ausüben werden, und die Gewinne, die sie aus diesen neuen Gesetzen ziehen werden.
3) Es war eine Waffe der Heckler&Koch, die die Menschenrechtsaktivistin und sozialistische Stadträtin Marielle Franco getötet hat. Waffen der Heckler&Koch wurden ebenso von der Polizei benutzt, als sie im Jahr 1992 in São Paulo, im sogenannten Massaker des Carandiru Gefängnis, 111 Gefangene ermordete. Dem Waffenexport-Bericht der deutschen Regierung zufolge wurden allein in den ersten vier Monaten des Jahres 2017 37 Exportlizenzen erteilt, im Wert von fast 11 Millionen Euro. Da einer der Vorschläge der neuen Regierung darin besteht, das Abrüstungsstatut zu ändern und den Erwerb von Waffen durch die Zivilbevölkerung zu erleichtern, können wir uns vorstellen, dass deutsche Unternehmen der Branche davon stark profitieren werden.
Genauso wie Trump und andere Rechtsextremisten, wurde Bolsonaro dank intensiver Desinformationskampagne in den sozialen Netzwerken gewählt. Er verfügte auch über eine wenig hinterfragende Berichterstattung der traditionellen Medien, die linke Entscheidungsträger*innen und soziale Bewegungen kriminalisierten (man sollte bedenken, dass in Brasilien nur 5 Familien 50% der größten Kommunikationsvehikel kontrollieren und, obwohl es gesetzlich nicht zulässig ist, es immer noch viele Parlamentarier*innen gibt, sowie einige von Bolsonaros Verbündeten, die Radio- und Fernsehkanäle besitzen und diese benutzen, um ihre politische Macht zu stärken).
Ein Mann wie Bolsonaro in der Präsidentschaft ist eine Katastrophe für alle Frauen, da er die frauenfeindliche Gewalt durch seine Sprache und Politik nicht nur legitimiert, sondern auch fördert. Brasilien ist das fünfte Land in der Weltrangliste der Gewalt gegen Frauen: jeden Tag werden 12 Frauen Opfer von Feminiziden. Es geschehen mehr als 500.000 Vergewaltigungen und 400 Morde an LGBTQI+ Menschen pro Jahr. Darüber hinaus haben wir die gewalttätigste Polizei der Welt. Gesetzlich gesicherte indigene und quilombola Gebiete werden bereits angegriffen und enteignet, und es sind Frauen, die von diesen Aktionen am meisten betroffen werden. Dies alles schon vor der Einweihung des neuen Präsidenten.
Deutschland muss dazu nein sagen!
Gleichzeitig sind es die unterschiedlichsten feministischen und LGBTQI+-Bewegungen die, die am agilsten und organisiertesten für eine freie und weniger ungleiche Gesellschaft kämpfen, in einem Kampf, der Unterschiede und Identitäten respektiert. Es war eine große, in Brasilien und im Ausland organisierte Koalition von Frauen, die die Wahl von Bolsonaro bedroht hat. Diese Frauen benötigen die Unterstützung und Solidarität anderer Genossinnen weltweit.
Wenn diese Themen Sie interessieren oder bewegen, können Sie helfen, indem Sie Druck auf Ihren Parlamentarier ausüben oder sich organisierten Gruppen anschließen, die bereits an Themen wie Abrüstung, feministische Agrarökologie, internationalistischer Feminismus, Antifaschismus und Antirassismus arbeiten oder gegen die Konzentration von Kapital, Land und Medien und den Vormarsch der extremen Rechten sind. Dieser Kampf geht nicht nur brasilianische Frauen an. Es geht uns alle an!
Kämpfen Sie mit uns!
IW*S
International Women* Space is a feminist, anti-racist political group in Berlin with refugee and migrant women* and non-migrant women* as members.